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Eu não sou mulher para casar

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Um dia, um homem me disse que eu não era uma mulher pra casar.
Pensei, pensei, pensei e concordei, realmente, eu não sirvo pra isso ou pra aquilo, afinal eu não tô aqui pra servir! Casamento pra você é serviço, contrato firmado? Depois de contratada, a mulher tem que ficar calada; o trabalho é todo dia, horário do almoço é à beira da pia. Lavar, passar, cozinhar, limpar e a noite, reprodução. Saber chupar, transar, fazer gozar, engravidar e, logo, ter filhos para cuidar. É em tempo integral, sem benefícios, sem direito a vale emoção ou vale sorte e as exigências não param por aí. É preciso trabalhar perfumada, bem arrumada e estar sempre bem humorada, a imagem da empresa não pode ser manchada. Sendo assim, prefiro ser minha, ter a carteira do cartório vazia, levar o sobrenome de vadia a me casar como alguém como você; sexista, machista, conservador. Conserva a dor. Absorve minha vida, observa a ferida, me quer serva e de quebra bem servida. – Sabrina Lopes


Arquivado em:desabafo, girl power Tagged: desabafo, empoderar, feminismo, girl power, machismo, mulher, poderosa

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