Após três anos de sua residência em Vegas, Britney Spears voltou ao topo de sua carreira — com um novo álbum para provar isso. Em sua única entrevista para o Reino Unido, ela conta para Louise Gannon o porquê de confiar em seus próprios instintos está valendo a pena.
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Uma onda de calor pode estar queimando Los Angeles, reduzindo o ritmo frenético de caminhantes sarados e derretendo Frappucinos por todos os cantos, mas acaba sendo o dia ideal para encontrar Britney Spears. Seu novo single — Make Me… — foi lançado oficialmente horas antes de nossa entrevista. Enquanto ela acordava, o alvoroço pela faixa que ela co-escreveu era ensurdecedor, e ela já era a artista com a faixa mais comprada no ranking do iTunes. “Posso gritar?”, ela pergunta, animadíssima. “Quero dizer, você lança algo. Você não faz ideia do que esperar. Tudo o que sabia era que eu amei [essa música], dediquei meu tempo nela, fiquei orgulhosa dela, mas tudo isso poderia ter dado errado. E então eu recebo a melhor recepção que eu poderia imaginar. Não estou apenas feliz. Estou tipo, ‘Sim! Sim! Sim! Sim! Sim!’”
É bom ver Britney feliz. A garota da pequena cidade de Kentwood, Louisiana, que começou como integrante do Clube do Mickey aos 11 anos e se tornou a maior estrela pop do planeta quando ela ainda estava em sua adolescência, teve uma vida que às vezes parecia uma volta na montanha russa. A primeira vez que eu a entrevistei ela tinha 18 anos e estava no atordoador auge da fama. Foi em 1998, e seu hit de estreia, …Baby One More Time — lançado quando ela ainda tinha 16 anos — vendeu 10 milhões de cópias (e continua como uma das maiores vendas de singles até hoje). “Eu tento me manter forte, mas não sou”, ela disse na época.“Eu realmente quero tudo isso, mas não é sempre fácil.”
Dois anos depois, quando nos encontramos no lançamento de seu terceiro álbum em Nova York, ela ainda estava tentando navegar no serpenteante mar das celebridades. “Às vezes eu me sinto completamente esgotada”, ela admitiu. “Eu tenho várias [coisas] incríveis na minha vida, mas não [coisas] normais.”
Hoje, ela claramente está na melhor posição que ela já esteve em anos. Toda a correria e o frenesi que acompanharam as situações em que foram feitas as entrevistas anteriores (em turnês ou lançamentos multimilionários de músicas) desapareceram. Ela chegou com um pequeno e amigável grupo de pessoas da sua equipe e escolhe — na maior parte do tempo — ficar com todos [no set] ao invés de se isolar no camarim. Ela está relaxada o suficiente para mostrar seu lado brincalhão, engraçado e autodepreciativo. Quase engasgando com um ardente biscoito wasabi, ela fala sem pensar: “E, de verdade. Fui eu que pedi por estes!”
A Britney na minha frente é completamente diferente da garota de mais de uma década atrás que tentava a todo custo ser a popstar perfeita com a vida perfeita — de uma sobrecarga de prêmios MTV e Grammy a namoricos com celebridades e constantes viagens. Aos 34 anos, ela está finalmente no lugar onde ela sempre desejou estar. Adaptada, bem-sucedida e financeiramente segura. Há cinco anos ela caiu fora das turnês mundiais e campanhas intermináveis para se preparar para seu show em Vegas — Britney: Piece Of Me — que começou em 2013 e frustrou todas as previsões — 50 milhões de dólares de ingressos foram vendidos só nos primeiros oito meses e seu show foi nomeado o melhor de Vegas no ano passado. Ela também se mudou com os filhos para uma nova casa em Los Angeles. Hoje — e pelos próximos 12 meses — o equilíbrio trabalho/vida pessoal consiste em seis semanas de shows e seis semanas de recesso, e quando ela está se apresentando, a viagem de sua casa para Vegas dura apenas 40 minutos de avião.
A ordem claramente permitiu que ela fosse ela mesma. Todos os dias Britney publica fotos engraçadas e sem edição em seu Instagram, aleatoriamente alternando entre fotos suas e seus filhos comendo um espaguete para fotos de plantas e animais. É uma reação de décadas vivendo sob as lentes; uma tentativa, ela admite, de retificar um equilíbrio em sua vida.
Ao crescer no Sul dos Estados Unidos, espera-se que as garotas sejam educadas, bonitas e encantadoras o tempo inteiro.“Garotas do sul podem ser muito duras consigo mesmas pois as pessoas esperam que você se comporte de uma forma, as pessoas esperam que você agrade [todo mundo]”, ela explica. “E então eu me mudei para Los Angeles quando eu era muito jovem. Eu estava literalmente sob os holofotes. Se um fio de cabelo estivesse fora do lugar, eu ficaria muito ansiosa com isso. Eu ficaria muito ansiosa sobre tantas outras coisas.”