Muito se falou do aparelho Nima, um detector portátil de glúten, que promete ajudar a vida dos celíacos a descobrir se os alimentos realmente são seguros para consumo – sem glúten e sem contaminação cruzada de glúten. Porém, infelizmente, depois de muitos testes, especialistas e consumidores chegaram à conclusão de que seus resultados não são precisos e podem ser falsos.
Segundo Tricia Thompson (fundadora do Gluten Free Watchdog, nutricionista e estudante de medicina), o aparelho Nima foi testado por ela e diversos outros membros da comunidade em diversos alimentos com e sem glúten, fazendo com que chegassem à conclusão de que o aparelho foi lançado no mercado prematuramente. Todos os alimentos também foram testados em laboratório pelo método padrão R5 ELISA, comprovando sua divergência. Dado o estado atual de desenvolvimento deste sensor, o GFW não apoia seu uso para celíacos no momento.
Alguns problemas constatados no Nima:
Resultado Falso Positivo
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Cinco produtos sem glúten tiveram como resultado “low gluten” (baixo nível de glúten), sendo que eram certificados pela GFCO.
- O aparelho NIMA testou abaixo do limite de 1 parte por milhão.
- Estes resultados são falsos positivos, o que significa que não há glúten na amostra, e este dispositivo tem um limite de detecção extremamente baixo, próximo de zero.
- Isso induz os consumidores ao erro.
Baixa reatividade à Cevada
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Grãos de cevada e farinha de cevada também obtiveram resultado “low gluten” (baixo nível de glúten).
- O anticorpo usado nesse aparelho tem baixa reatividade cruzada para a cevada.
- Como todos sabem, cevada contém glúten naturalmente, então o resultado deveria ser “high gluten” (alto nível de glúten).
- É uma falsa comprovação de segurança muito grande para um celíaco.
Não detectA contaminação por migalhas
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O aparelho deu como resultado um sorriso (sinal de que o alimento é livre de glúten) para o cereal matinal Cheerios de um lote que sofreu recall por conter glúten, aveia comum da Quaker e biscoitos de arroz que haviam sido depositados sobre migalhas de pão de trigo.
- A metodologia de amostragem para este dispositivo (isto é, testar uma amostra não homogeneizada do tamanho de uma ervilha) não é suficiente para encontrar glúten em amostras quando o glúten não for distribuído uniformemente.
- Resultado falso negativo é um alerta para a segurança dos celíacos.
Amostras diluídas interferem o resultado
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Diluir com água uma mostarda que contém farinha de trigo na composição (como é recomendo no site da Nima para alimentos com cores intensas ou brilhantes) mudou o resultado do teste de “high gluten” (alto nível de glúten) para “low gluten” (baixo nível de glúten).
- A amostra diluída na água diminui o nível de glúten (parte por milhão) na detectação.
- Diminuir a eficácia na detectação = diminuir a segurança
O site também testou outras 50 amostras. Todos os produtos que obtiveram resultado “low gluten” foram enviados para um laboratório para serem testados usando o método padrão-ouro, R5 ELISA. Lá, obtiveram resultados abaixo do limite de detectação de 1 ppm de glúten, atestando a segurança dos alimentos e comprovando a confusão do aparelho.
Na minha opinião, fico feliz de não ter gasto 280 dólares em um aparelho que não é tão eficaz assim. Inclusive no próprio site da Nima tem uma lista de alimentos que afetam sua eficácia. De palpites já bastam o nosso “achômetro” e bom senso, né? Infelizmente ainda vamos continuar à mercê da contaminação cruzada por glúten até conseguirmos educar o mundo e os ‘não celíacos’ de uma maneira mais adequada.
Alguém aí já testou esse aparelho? O que achou?
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