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meu look: vacina na pandemia

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Lookinho hazmat inspirado na rainha Naomi Campbell
– que também é germofóbica!

Desde março de 2020 sem sair de casa, finalmente chegou a hora da minha tão sonhada vacina contra covid! Para comemorar, escolhi um lookinho muito especial e fui toda trabalhada no EPI: macacão hazmat, máscara PFF2, luvas, óculos de proteção e botas brancas tratoradas (as originais! – por que choras, Prada?).

Por que me vesti assim?

É um mix de medo e protesto, pois a minha cidade é uma das que menos parece estar levando a pandemia a sério. Enquanto eu estava assim, quase tendo um ataque de pânico cada vez que alguém se aproximava de mim na fila da UBS, pessoas chegavam sem máscara e só colocavam aquelas de tecidinho (que nem adianta nada) na hora de entrar pq eram obrigadas pela enfermeira.

Depois de quase 2 anos de espera, vendo gente querida morrendo pelo vírus e negligência governamental genocida, não via a hora de tomar a minha vacina. Triste e ansiosa que nunca chegava a minha vez, pq minha condição celíaca não era tratada como comorbidade prioritária – ao contrário dos outros países que levam a Doença Celíaca com a seriedade necessária. É difícil manter uma dieta sem glúten no Brasil, onde precisamos verificar cada produtora de alimento, pois até mesmo os que seriam isentos naturalmente podem ter contaminação cruzada (inclusive frutas e até sabão de lavar roupa), fazendo com que a minha doença autoimune se ative e comece a destruir meu organismo por conta da ignorância alheia. Então, posso dizer que já estou acostumada a ter cuidados extras para tudo na vida, proteção nunca é demais. O exagero faz parte da minha cartilha de sobrevivência. Não seria diferente nesta situação.

Tem um fundinho de brincadeira – inclusive, amo rir de mim mesma – mas esse look é só um sintoma da minha ansiedade. Sou bem radical nos cuidados com a minha saúde pq já vivi o lado de não tê-la. Tenho TOC de limpeza e germofobia que aumentam drasticamente em condições estressantes (tipo estar no meio de uma pandemia). É por isso que eu milito mesmo contra todo mundo que está aglomerando, não se cuidando corretamente e contaminando pessoas inocentes ao redor. Sou a primeira a levantar a bandeira para se vacinarem, pq conheci muita gente em hospitais que dariam tudo para ter uma chance de levantar da cama e tomar essa vacina, inclusive crianças com leucemia ou transplantadas, mas não podem por estarem fazendo tratamento ou sofrendo de condições que as impedem dessa dádiva.

VACINE-SE!

Por você, por mim e por aqueles que não tiveram a oportunidade.

Vacinas salvam vidas, a sua e a de todos ao teu redor, é um pacto social onde precisamos estar unidos no enfrentamento desse vírus terrível que já levou 600mil pessoas somente no Brasil – fora as milhares de outras que ficaram sequeladas pelo resto da vida.

Quando uma pessoa decide não se vacinar, ela não está decidindo apenas sobre si, mas sobre as outras pessoas também. Isso porque se porventura alguém que se recusou a tomar vacina seja contaminado, poderá transmitir para muitos outros, fazendo com que o vírus continue circulando, sofrendo mutações e se fortalecendo até que consiga achar um jeito de furar a imunidade vacinal, colocando em risco toda a humanidade. Fora que dependemos de 85% da população vacinada para atingir um ideal de segurança mais concreto.

Então, por favor, se cuide! Use máscara N95, não aglomere, mantenha o distanciamento social o máximo possível e tome a VACINA!

Se eu, que sou uma pessoa completamente cheia de alergias, inclusive anafilática para vários medicamentos, tomei e sobrevivi, você também consegue. Não tenha medo! Acredite na ciência e agradeça por ainda termos o SUS para nos salvar com a vacina gratuita!

Ao tomar a vacina, além de estar se protegendo, você também protege as pessoas ao redor.

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