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Afro Fashion Day – a verdadeira moda brasileira

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Olá, caros leitores do “Got Sin?”! Como vocês poderiam imaginar um blog de origem gaúcha com público majoritário no eixo “sudeste-sul” trazer, como testemunha OCULAR, detalhes exclusivos de um dos maiores eventos de moda do nordeste senão pelos olhos da própria fundadora Sylvia Santini? Simples! Aqui quem vos fala é Julia Nazaly, serei sua orgulhosa correspondente direta de Salvador, Bahia; e vou trazer informações e conteúdos únicos sobre o AFRO FASHION DAY, um dos pontos auge do que podemos chamar de “calendário de moda soteropolitano”.

O evento é conhecido como “a maior passarela de moda negra do Brasil”, mas, para mim, ele representa MUITO mais que isso. Para mim, o AFRO FASHION DAY simboliza o que há de mais representativo e honesto quando se fala em moda autoral brasileira. Não consigo olhar para esse evento como um todo e para as roupas e acessórios desenvolvidos para tal sem o sentimento de que ele é a definição essencial do que deveria se tratar o “viralizado” BRAZILCORE (estética do Brasil, em tradução literal). Infinitamente mais simbólico que um vestuário aleatório em verde e amarelo, o AFD esbanja arte, cultura e história brasileira em sua essência rica em técnicas que, infelizmente, muitas vezes são desvalorizadas tanto quando vistas do ponto “têxtil” quanto por se tratar de moda nascida em berço essencialmente africano e indígena (ainda que esta seja a origem do Brasil enquanto nação e povo).

Nascido em 2015, o AFRO FASHION DAY surgiu, principalmente, de uma inquietação sobre algumas coisas que não faziam muito sentido quando o assunto era produção e eventos de moda na Bahia: “Como pode pouquíssimos modelos negros na passarela em uma cidade que é a mais negra fora do continente africano?”, “Que moda é essa que não inclui os próprios criadores da cidade e do estado?”, “Moda baiana sem presença periférica? Isso tá muito elitizado” dentre outras. Daí surge o projeto que inicialmente contou com pouco ou nenhum apoio e visibilidade, mas que, com muito amor, trabalho e de fato suor de sua equipe, evoluiu aos poucos e chegou à sua 10ª edição, que foi considerada histórica e que o solidificou e o elevou a um novo patamar.

Conheci o projeto em sua segunda edição, lá em 2016, e desde então sou apaixonada por ele. Só para situá-lo, caro leitor, sou uma pessoa de pele clara que mesmo que de origem suburbana, reconheço que tive acesso a oportunidades que muitos dali não tiveram e não sofri os preconceitos que a maioria deles sofreu. E por que digo isso? Para além do recorte racial desse evento, ele também conta com uma diversidade absurda entre seus participantes, desde equipe de produção a modelos: Pessoas LGBTQIA+, Plus Size (gordos e gordas), PCDs (Pessoas com Deficiência), imigrantes e esse ano teve até modelo vencendo o câncer de mama. Como eu, enquanto amante e formada em comunicação e cultura, poderia não me encantar pelo AFRO FASHION DAY se ele representa, para além de arte e história, toda a diversidade que não deveríamos apenas aceitar, mas de fato respeitar e abraçar cumprindo assim o que nos define enquanto seres HUMANOS?

No último dia 1º de novembro, tive a oportunidade de ser a Criadora de Conteúdo de Beleza Exclusiva do evento e trouxe vários conteúdos focados nesse nicho que você pode encontrar organizados no destaque “AFD 2024” em meu perfil do Instagram e também em meu TikTok. Agora, a convite da Sylvia, trarei uma série de conteúdos de moda para este espaço focado no assunto e que vê essa arte como uma ferramenta política para se fazer revolução e mudar o mundo. Neste mundo com inclinações cada vez mais higienizadoras e “padronizantes”, eu e Sylvia sentimos orgulho em sempre defender que a personalidade e a livre expressão dela devem estar acima de qualquer tendência, ainda mais quando essas tendências parecem exercer um trabalho de empreiteira “concretando” a moda (fazendo com que pessoas em diferentes lugares do planeta se vistam iguais) e a arquitetura (onde as casas deixaram de parecer habitadas por pessoas com histórias de vida e agora se assemelham a consultórios odontológicos). Prepare-se para se encantar com as roupas e acessórios que vão desde a elegância tipicamente brasileira à moda streetwear periférica e conhecer as origens histórico-culturais por trás das peças.

O AFRO FASHION DAY é realizado pelo jornal Correio e nesse ano de 2024 teve patrocínio da Avon e da Bracell, além do apoio da Rede Bahia, Caixa, Shopping Barra, Salvador Bahia Airport, Wilson Sons, Sebrae e Prefeitura Municipal de Salvador. Enquanto aguarda os posts, assista ao desfile completo já disponível no Youtube!

Aproveite e me siga no Instagram:

JULIA NAZALY
Baiana de Salvador. Criadora de conteúdo digital focada em autoestima, beleza consciente e saúde.

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