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meu look: vacina na pandemia

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Lookinho hazmat inspirado na rainha Naomi Campbell
– que também é germofóbica!

Desde março de 2020 sem sair de casa, finalmente chegou a hora da minha tão sonhada vacina contra covid! Para comemorar, escolhi um lookinho muito especial e fui toda trabalhada no EPI: macacão hazmat, máscara PFF2, luvas, óculos de proteção e botas brancas tratoradas (as originais! – por que choras, Prada?).

Por que me vesti assim?

É um mix de medo e protesto, pois a minha cidade é uma das que menos parece estar levando a pandemia a sério. Enquanto eu estava assim, quase tendo um ataque de pânico cada vez que alguém se aproximava de mim na fila da UBS, pessoas chegavam sem máscara e só colocavam aquelas de tecidinho (que nem adianta nada) na hora de entrar pq eram obrigadas pela enfermeira.

Depois de quase 2 anos de espera, vendo gente querida morrendo pelo vírus e negligência governamental genocida, não via a hora de tomar a minha vacina. Triste e ansiosa que nunca chegava a minha vez, pq minha condição celíaca não era tratada como comorbidade prioritária – ao contrário dos outros países que levam a Doença Celíaca com a seriedade necessária. É difícil manter uma dieta sem glúten no Brasil, onde precisamos verificar cada produtora de alimento, pois até mesmo os que seriam isentos naturalmente podem ter contaminação cruzada (inclusive frutas e até sabão de lavar roupa), fazendo com que a minha doença autoimune se ative e comece a destruir meu organismo por conta da ignorância alheia. Então, posso dizer que já estou acostumada a ter cuidados extras para tudo na vida, proteção nunca é demais. O exagero faz parte da minha cartilha de sobrevivência. Não seria diferente nesta situação.

Tem um fundinho de brincadeira – inclusive, amo rir de mim mesma – mas esse look é só um sintoma da minha ansiedade. Sou bem radical nos cuidados com a minha saúde pq já vivi o lado de não tê-la. Tenho TOC de limpeza e germofobia que aumentam drasticamente em condições estressantes (tipo estar no meio de uma pandemia). É por isso que eu milito mesmo contra todo mundo que está aglomerando, não se cuidando corretamente e contaminando pessoas inocentes ao redor. Sou a primeira a levantar a bandeira para se vacinarem, pq conheci muita gente em hospitais que dariam tudo para ter uma chance de levantar da cama e tomar essa vacina, inclusive crianças com leucemia ou transplantadas, mas não podem por estarem fazendo tratamento ou sofrendo de condições que as impedem dessa dádiva.

VACINE-SE!

Por você, por mim e por aqueles que não tiveram a oportunidade.

Vacinas salvam vidas, a sua e a de todos ao teu redor, é um pacto social onde precisamos estar unidos no enfrentamento desse vírus terrível que já levou 600mil pessoas somente no Brasil – fora as milhares de outras que ficaram sequeladas pelo resto da vida.

Quando uma pessoa decide não se vacinar, ela não está decidindo apenas sobre si, mas sobre as outras pessoas também. Isso porque se porventura alguém que se recusou a tomar vacina seja contaminado, poderá transmitir para muitos outros, fazendo com que o vírus continue circulando, sofrendo mutações e se fortalecendo até que consiga achar um jeito de furar a imunidade vacinal, colocando em risco toda a humanidade. Fora que dependemos de 85% da população vacinada para atingir um ideal de segurança mais concreto.

Então, por favor, se cuide! Use máscara N95, não aglomere, mantenha o distanciamento social o máximo possível e tome a VACINA!

Se eu, que sou uma pessoa completamente cheia de alergias, inclusive anafilática para vários medicamentos, tomei e sobrevivi, você também consegue. Não tenha medo! Acredite na ciência e agradeça por ainda termos o SUS para nos salvar com a vacina gratuita!

Ao tomar a vacina, além de estar se protegendo, você também protege as pessoas ao redor.

As Barbies da Versace

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Um pouco antes do filme da Barbie ser lançado este ano, a Versace saiu na frente e lançou uma coleção especial com o mesmo tema em parceria com a cantora Dua Lipa. Vários elementos desfilados estão sendo vistos agora, chegando no street style, como as peças de tecido metálico, tecidos com glitter e muito brilho.

Adorei que colocaram uma pitada de estilo retrô aos looks, algo meio anos 60 com um mix de anos 2000, elementos certeiros para as patricinhas e madames de várias gerações.

A cor rosa não poderia faltar, é claro!

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O poá também apareceu bem forte, com fundo preto e bolinhas brancas.

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Também temos tons de azul e lilás, para quebrar um pouco a feminilidade do tema.

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E o preto básico e minimalista, obviamente! Indispensável em qualquer coleção mais comercial.

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Meu look: Bad Reputation

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Se tem algo que eu não me preocupo, é com a minha má reputação, foi através dela que conquistei a minha carreira, abracei que sempre fui uma pessoa que causa polêmica e usei isso a meu favor. Crescer em uma cidade de interior não é nada fácil, ainda mais quando você não aceita o conservadorismo e quer ser livre.

Esse look com inspiração rocker é bem o estilo que costumo usar no meu cotidiano. Essa jaqueta de couro perfecto é a minha preferida, pq ela simplesmente combina com TUDO! Se desse, eu usaria ela todos os dias, de tanto que eu amo. Por isso esperem eu repeti-la muitas vezes por aqui.  💅 

P.S.: Começarei a publicar alguns looks com os reels também, para ficar mais dinâmico o post com vídeo. O que acham?

Aliás, abri os comentários novamente, conforme vocês sugeriram. Obrigada pelas dicas! 🥰

Meu look: Biquíni

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Voltando com um look sexy, como vocês adoram. Finalmente estou postando um look de biquíni, então escolhi algo bem “cruise” e cheio de glamour, meio bond girl e femme fatale, digno de um cruzeiro de luxo, ainda mais com essa sandália da Got Sin?.

Sério, a sandália Taylor é perfeita! Bem cara de “vilã“, puro luxo com essa cobra dourada, strass e camurça preta. Amo demais! E ela não é tão alta, então é bem confortável e não aperta o pé. Ela tem salto e bico mais quadrados, bem moderna. Sou suspeita para falar das minhas filhas, mas amo todas as sandálias da Got Sin?. Você já conhece elas? Estão disponíveis na Amazon e em breve por aqui também.

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Já vai tarde, 2023…

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2023 foi um ano muito difícil e desafiador.

Não foi nada fácil enfrentar os piores medos, pessoas, traumas e a maior crise de depressão que já tive na vida. Me perdi totalmente de mim, nem sabia mais quem eu era. Aos poucos estou relembrando e descobrindo caminhos novos que posso seguir a partir de agora. 

Ao mesmo tempo em que vi o pior da vida, me deparei com o melhor tb. Muitas pessoas especiais passaram, entraram, retornaram e fortaleceram os laços. Uma das coisas que me salvou esse ano foi a amizade feminina, a sororidade. O que seria da minha cura sem o carinho e força que apenas mulheres podem proporcionar? Eu não teria saído de situações terríveis onde me enfiei por estar me odiando muito. Nunca mais quero tirar esse espaço delas da minha vida, nem me isolar como antes. A amizade entre mulheres é a segurança de amor que temos. Talvez a única para muitas.

Retomar minha carreira com tesão, da mesma maneira que eu fazia antes, tb é outra vitória que levo como troféu.

Em 2024, quero focar em me permitir mais prazeres, cuidar de mim, voltar a ser minha melhor versão. Ainda estou longe, mas bem mais perto do que quando comecei o ano. Infinitamente mais.

Estou orgulhosa do meu progresso. Mas quero que vocês saibam que ele não é linear, vou cair vez ou outra. Já caí muitas vezes e agradeço por todas as mãos que me foram estendidas quando eu mais precisei.

Saio de 2023 mais livre e leve, porém ainda remendando algumas partes do meu coração e enxugando algumas lágrimas. Mas agora sem medo de dar os próximos passos para criar um futuro cada vez mais compatível com essa nova Sylvia que floresceu.

Obrigada por me acompanharem esse ano. Nos vemos no nosso futuro feliz. Um grande beijo para todos e um excelente Ano Novo.

🤍✨

O pós-punk gótico da Versace

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O pós-punk gótico da Versace

Versace conseguiu entregar mais uma coleção perfeita com uma temática que tanto amo: PUNK

No desfile de outono/inverno 2024, a grande inspiração foi a musa do pós-punk gótico: Siouxsie Sioux. Os detalhes que remetem ela são bastante óbvios, das cores até o estilo anos 80 das peças, especialmente os cabelos espetados e as calças fuseau com pezinho.

“Esta coleção tem uma atitude rebelde e um coração bondoso. A mulher é uma boa menina com uma alma selvagem. Ela é formal, mas sexy. Não mexa com ela! O homem é sua alma gêmea, um gênio tímido. Eles estão quebrando as regras para criar novas. As roupas pegam os códigos da alfaiataria formal contemporânea e os rompem com corte, caimento e enfeites. A coleção aposta em linhas puras, tecidos inovadores, considerados selvagens. Esses somos nós. Isto é Versace!"

Siouxsie Sioux

Nas cores, temos muito preto, vermelho, marrom e bege, com estampa de oncinha e a barroca clássica da marca. Acessórios grandes e dourados, especialmente correntes e os medalhões de Medusa, e a volta da bota over the knee, inclusive na versão masculina. Achei que poderiam ter colocado para jogo os alfinetões da marca também, mas acredito que não quiseram deixar muito caricato, pois a inspiração punk foi sutil e as peças muito elegantes.

oncinha

Já falei aqui no blog e no meu Instagram (@santinisylvia) sobre como a estampa de oncinha começou a fazer parte do estilo punk, então é óbvio que a Versace também apostaria nessa combinação sexy.

vermelho

A cor vermelha dominou a passarela e fica linda ao contrastar com o preto. É uma tendência fortíssima para sapatos e bolsas.

CALÇA DE COURO

Com a modelagem mais ampla, a calça de couro aparece com uma opção que vai do casual ao social, inclusive para homens.

TWEED

A utilização de tweed foi surpreendente, mas ficou lindo, especialmente o xadrez vermelho e preto, que lembram os tartans.

TRANSPARÊNCIA

Uma grande característica dos anos 80 eram os tecidos de arrastão e demais transparentes que deixavam o look sexy e perfeito para provocar a sociedade.

calça fuseau

A legging ganha uma cara nova com o pezinho e volta ao clássico estilo dos anos 80 e 90, inclusive sendo usada por baixo de saia e vestido. Homens tb estão inclusos na trend!

BOTA OVER THE KNEE

Aqui a bota over the knee chega para homens e mulheres com um estilo mais “slouchy”, larga na perna

TRICÔ FURADO

Tem algo mais punk do que roupas rasgadas? A inspiração mira no estilo dos punks, que estava abrindo espaço para o gótico.

MARROM

A cor marrom é típica dos anos 2000 e estava sumida das últimas coleções, mas promete ser a grande tendência para os próximos anos.

Qual tua tendência ou look favorito dessa coleção?

A maquiagem da Lana Del Rey na festa da Gucci

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Com um delineado desses, nem preciso falar nada, né? Perfeição!

Lana Del Rey usou essa maquiagem para a festa pós-Oscar da Gucci. Clássica e atemporal, uma beleza que atravessa décadas. O que acharam?

Meu look: Carnaval – Baile da Vogue – Alien Superstar – Beyoncé

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Meu look de Carnaval é inspirado na Beyoncé e todo feito por mim. 🤍 Elaborado para o Baile da Vogue, não para bloquinho, obviamente. Renaissance é arte purinha do começo ao fim e tem um mix cultural tão denso para quem ama moda, música e expressão.

Minha inspiração inicial foi a música Alien Superstar e os looks maravilhosos que a Beyoncé usou na turnê Renaissance, especialmente o corset cromado da Loewe. (mais infos sobre aqui neste post)

Para fazer o top cromado, me joguei no diy (AMO!) e utilizei um cabide de acrílico daqueles usados para maiôs etc. Como ele era transparente, utilizei a tinta prata cromada em spray da Color Jet. Depois de esperar secar, coloquei no meu corpo e fui recortando até encontrar um formato anatômico ao meu corpo e que eu gostasse do design. Depois furei com furador de escritório comum, passei uma fita de silicone transparente e pronto!

Para a saia, utilizei o tecido prata que sobrou da minha fantasia da Barbarella, que estava aqui guardado. Fiz uma amarração na cintura cruzando as duas pontas e deixei uma fenda enorme, afinal, é um look de Carnaval e precisa ser bem sexy.

No styling dessa primeira versão, usei a sandália de salto Riri da loja Got Sin?, que é extremamente sexy e tem esse estilo bondage. Vi a Bey usando uma bem semelhante durante a tour. Como eu queria algo bem ballroom culture, combinei com luvas longas e pretas para contrastar, um óculos de sol com detalhes em prata e uma mini bag para dar o charme e quebrar a estética futurista, fazendo o mix de glamour que a Renaissance tour exige.

Eu amei esse look e juro para vocês que usaria esse top de acrílico em todas as cores e ocasiões possíveis, de tão lindo, confortável e estiloso que é. Apenas se preparem, pois farei outras versões derivadas.

Postei no Instagram os vídeos para que vocês consigam ver melhor cada detalhe. Nos stories mostrei um pouco dos bastidores dessa criação. Aproveita e me segue por lá também: @santinisylvia

Avaliação: 1 de 5.

Renaissance, Beyoncé e a cultura Ballroom

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A cultura ballroom é um movimento que nasceu nas comunidades LGBTQ+ afro-americanas em Nova York, nos anos 70 e 80. É um espaço de celebração da diversidade, autenticidade e autoexpressão, um lugar seguro onde as pessoas podem ser autênticas

As drag queens afro-americanas e latinas eram excluídas na cena LGBTQ+ devido à cor e raça, então se uniram para criar um reduto e receber todos os exilados de uma comunidade que por si só já era marginalizada. Sendo assim, o ballroom é um lugar de apoio e família para aqueles que eram excluídos em outros lugares, como os gays, drags e trans. As casas (houses), que são como grupos de apoio, oferecem orientação, mentoreamento e um senso de pertencimento.

No coração da cultura ballroom estão as “batalhas“, eventos onde casas competem em categorias como voguing, runway e drag. Essas batalhas não são apenas competições, mas também expressões artísticas e performances que desafiam normas de gênero e padrões estéticos convencionais.

Mas a cultura ballroom vai além das batalhas e das casas. Influenciou a moda, a música e até mesmo a linguagem que usamos hoje. Com suas raízes profundas na comunidade LGBTQ+ e afro-americana, continua a ser uma voz poderosa na luta pela igualdade e pela aceitação.

Em resumo, a cultura ballroom é uma expressão poderosa da diversidade, criatividade e resistência. É uma lembrança de que todos merecem ser vistos, ouvidos e celebrados por sua autenticidade.

E o que a Beyoncé tem a ver com isso? TUDO!

Ela traz o olhar de volta para uma das mais importantes e influentes cenas que moldaram o cenário do que consideramos cultura pop atualmente, dando o reconhecimento para uma das mais lindas e artísticas formas de expressão através do seu álbum e turnê Renaissance. Também devolve o estilo para os devidos donos, enaltecendo e mostrando para o mundo como sua cultura afro-americana foi usurpada, mostrando que a disco music surgiu a partir da experimentação com a black music.

A conexão entre Beyoncé, a Renascença e a cultura ballroom pode ser encontrada na maneira como ela mescla elementos históricos, culturais e contemporâneos para criar uma narrativa rica e multifacetada.

A Renascença, conhecida por seu florescimento artístico, cultural e intelectual na Europa entre os séculos XIV e XVII, representa um período de renovação e transformação. Então Beyoncé nos dá é um verdadeiro Renascimento, trazendo luz e cultura depois de alguns anos de trevas que a humanidade passou com a sensação de estarmos regredindo e vivendo na Idade Média com todos os retrocessos políticos que ocorreram no mundo durante a Era Trump.

Com uma pegada futurista, glamourosa e com fortíssima influência na ball culture, ela esbanja looks assinados pelos maiores estilistas e casas de moda do planeta, todos milimetricamente calculados pela stylist Shiona Turini e mais uma equipe de mais 4 ajudantes. São 40 looks por show, inovando ao menos 5 looks em cada espetáculo, totalizando cerca de 600 looks e mais de 150 que nunca foram usados. Foi um verdadeiro desfile de moda, um impacto revolucionário que influenciou diversas tendências apresentadas pelos estilistas nas passarelas das últimas coleções e até mesmo no gosto popular, principalmente com o retorno da cor prata.

Tudo isso foi usado como inspiração na criação do meu look para o Carnaval, que eu dividir em dois atos, com salto para o Baile da Vogue e sem salto para bloquinho de rua, ambos usando sapatos da loja Got Sin?. Você pode conferir meu look clicando aqui.

Os sapatos Paris Texas pelas lentes da Donna Trope

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Quando me deparei com o editorial da Paris Texas, marca de sapatos americana, cujas fotografias foram clicadas por Donna Trope, eu fiquei encantada com a maneira sexy e subversiva que ela usou para retratar sapatos através de uma série de imagens eróticas e surreais. Achei a cara do Got Sin?.

A calça MUGLER é um mix de skinny jeans, chaps de cowboy e cinta-liga

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Você já imaginou a combinação perfeita entre o clássico skinny jeans, as icônicas chaps de cowboy e a sensual cinta-liga? Parece uma mistura improvável, mas é exatamente isso que está causando uma revolução no mundo da moda. Se você é apaixonado por tendências ousadas e deseja saber como essa fusão pode elevar seu estilo a um novo patamar, continue lendo! Neste post, vamos explorar como essa inovadora criação da Mugler está redefinindo o conceito de moda e por que você deve considerar investir nessa tendência única.

A Criação Revolucionária da Mugler

A famosa marca Mugler, conhecida por suas criações vanguardistas e por desafiar as convenções da moda, trouxe à tona uma peça polêmica no universo fashion: a calça que mistura skinny jeans, chaps de cowboy e cinta-liga. Essa peça não é apenas um exemplo de criatividade, mas também uma demonstração de como elementos aparentemente distintos podem se unir para criar algo verdadeiramente inovador.

Skinny Jeans: O Clássico Sempre Atual

Os skinny jeans têm sido um item básico no guarda-roupa de muitas pessoas devido ao seu ajuste perfeito e versatilidade. Eles são conhecidos por acentuar as curvas e proporcionar um visual elegante e moderno. Quando combinados com outros elementos fashionistas, como chaps e cinta-liga, eles ganham uma nova dimensão, tornando-se a base ideal para uma peça de roupa realmente ousada.

Para o pessoal que não curte muito, não se preocupe, porque foi adicionada uma abertura na parte de baixo, então ele fica com aparência de boot cut.

Chaps de Cowboy: A Adição Inusitada

Tradicionalmente associadas ao estilo cowboy, as chaps têm um apelo rústico e aventureiro. Ao serem integradas em uma calça moderna, elas adicionam um toque de rebeldia e autenticidade. A adaptação das chaps para uma peça de moda feminina e contemporânea traz um equilíbrio perfeito entre a tradição e a inovação, oferecendo um visual robusto e intrigante.

Cinta-Liga: A Sensualidade da Moda

A cinta-liga é um símbolo de sensualidade e sofisticação. Incorporada ao design de uma calça, ela não só acrescenta um elemento de charme e elegância, mas também transforma a peça em uma declaração de estilo. O uso de cintas-liga com detalhes ajustáveis ou removíveis permite que a peça seja versátil e adaptável a diferentes ocasiões.

A calça que mistura skinny jeans, chaps de cowboy e cinta-liga da Mugler é uma verdadeira obra-prima da moda moderna. Combinando elementos clássicos e inusitados, essa peça representa a evolução do estilo e a ousadia das novas tendências. Se você está em busca de algo realmente único e inovador para adicionar ao seu guarda-roupa, essa é a peça que vai elevar seu estilo e destacar sua personalidade fashionista.

Essa peça que é a personificação da criatividade e do estilo arrojado. Já quero a minha!

13 Filmes de Terror Imperdíveis para Assistir na Sexta-feira 13

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Se você, assim como eu, é apaixonado por filmes de terror, especialmente os clássicos, mas está sempre em busca de novidades, você vai adorar esta lista! Embora eu tenha um gosto específico e não seja fã de filmes de exorcismo, demônios ou aqueles em que seres escalem tetos e paredes, eu amo histórias inteligentes e com finais satisfatórios — algo cada vez mais raro nos dias de hoje.

Por isso, compilei uma lista com 10 filmes de terror que são perfeitos para assistir nesta sexta-feira 13. Estes filmes oferecem tramas envolventes e muito mais do que sustos vazios, garantindo uma experiência de terror que vai além do clichê.

Confira a lista completa e prepare-se para uma maratona de terror emocionante!

Casamento Sangrento

trailer | disponível: Disney+

Se você está em busca de um filme de terror inovador e surpreendente, Casamento Sangrento (originalmente Ready or Not) é a escolha perfeita. Este filme tem se destacado como um dos meus favoritos dos últimos tempos, combinando elementos de suspense e comédia dark de maneira magistral. A trama gira em torno de uma jovem que, ao se casar com o amor de sua vida, se vê forçada a participar de um jogo mortal com a família do noivo. Casamento Sangrento se destaca por seu enredo criativo, personagens bem desenvolvidos e um final que deixa o espectador completamente intrigado. Se você procura uma experiência de terror que vai além do convencional e oferece uma dose de crítica social, Casamento Sangrento é uma escolha imperdível para a sua próxima sessão de filmes.

Fresh

trailer | disponível: Disney+

Se você ainda não assistiu Fresh, prepare-se para uma surpresa. À primeira vista, ele pode parecer uma comédia romântica leve e divertida, mas logo o enredo toma um rumo inesperado e perturbador. O filme mergulha em uma crítica social densa, abordando temas como o consumo, a objetificação e as relações humanas de forma impactante. Fresh subverte expectativas e deixa uma reflexão profunda sobre a superficialidade das interações modernas, tudo isso enquanto prende o espectador com sua narrativa envolvente. É uma mistura inteligente de suspense e sátira que não pode ser ignorada. O conceito é muito atual e todo mundo que utiliza apps de relacionamento deveria assistir e refletir se não está fazendo o papel de algum dos personagens do filme na vida real de alguma maneira.

O Telefone Preto

trailer | disponível: Amazon Prime

O Telefone Preto é um daqueles filmes de terror psicológico que te prende do início ao fim. Dirigido por Scott Derrickson, o longa se destaca por sua atmosfera tensa e sufocante, acompanhando a história de um jovem sequestrado que encontra um telefone desconectado capaz de transmitir as vozes das vítimas anteriores do criminoso. Com atuações impecáveis e um enredo eletrizante, O Telefone Preto não é apenas um filme de sustos, mas uma narrativa profunda sobre medo, resiliência e esperança. Perfeito para os fãs de suspense que buscam uma trama envolvente e original.

Morte Morte Morte

trailer | disponível: Amazon Prime

Se você curte filmes de terror com uma pitada de humor ácido e muito sarcasmo, Morte Morte Morte vai te surpreender. Confesso que fui assistir esperando algo meio tosco e sem muita graça, mas foi justamente essa atmosfera que fez o final ser tão impactante! O filme é uma sátira completa dos clichês do gênero slasher, entregando um desfecho inesperado e genial. Com diálogos afiados e personagens caricatos, Morte Morte Morte prova que a tosqueira pode ser, sim, um ponto forte e extremamente divertido.

Renfield – Dando a Vida Pelo Chefe

trailer | disponível: Globoplay

Renfield é uma comédia de terror que traz uma abordagem fresca e divertida para o clássico conto de Drácula. Estrelado por Nicholas Hoult no papel de Renfield e Nicolas Cage como o icônico vampiro, o filme combina humor negro e cenas de ação sangrentas de forma única. A trama acompanha Renfield, o fiel servo de Drácula, tentando se libertar da relação tóxica e abusiva com seu mestre imortal. O filme surpreende com momentos hilários, diálogos afiados e uma crítica interessante sobre co-dependência. Se você procura uma mistura de horror e risadas, Renfield é uma ótima pedida. Assisti no cinema ano passado e achei bem divertido.

O Predador: A Caçada

trailer | disponível: Disney+

O Predador: A Caçada traz uma nova e empolgante perspectiva à franquia Predador, ao ambientar a ação em 1719, no território das Grandes Planícies. O filme destaca a jovem guerreira Naru, interpretada brilhantemente por Amber Midthunder, atriz de origem indígena (membro do grupo Sioux, da reserva de Fort Peck nos EUA), que rouba a cena com sua força e habilidade. A trama segue Naru enquanto ela enfrenta o icônico alienígena predador em uma luta pela sobrevivência. O filme não só revitaliza a franquia com cenas de ação intensas, como também presta homenagem à cultura indígena americana, trazendo representatividade ao gênero de ficção científica. Além de perpetuar o poder feminino com uma protagonista heroína, O Predador: A Caçada é uma mistura perfeita de suspense, ação e inovação.

Evil Dead Rise

trailer | disponível: Max

Como grande fã da franquia Evil Dead, eu estava ansiosa por Evil Dead Rise e, felizmente, o filme não decepcionou! Esta nova adição à série leva o terror a outro nível. O enredo se afasta da clássica cabana na floresta e se passa em um ambiente urbano, trazendo uma nova dinâmica à história. O terror visceral, que é marca registrada da franquia, está presente em cada cena, mas com uma roupagem moderna e perturbadora. Para os fãs de longa data, Evil Dead Rise é um retorno triunfante ao horror sangrento e implacável que amamos.

A Noite Devorou o Mundo

trailer | disponível: Amazon Prime

A Noite Devorou o Mundo é uma joia do cinema de terror que oferece uma abordagem intimista e reflexiva sobre o apocalipse zumbi. O filme francês acompanha Sam, que acorda após uma festa e descobre que Paris foi tomada por mortos-vivos. O isolamento e o silêncio que dominam a trama criam uma atmosfera angustiante, enquanto o protagonista lida com a solidão e o medo. Diferente dos filmes de zumbis tradicionais, A Noite Devorou o Mundo se destaca por seu ritmo mais lento e foco psicológico, entregando uma experiência única e perturbadora para os fãs do gênero.

A Casa Que Jack Construiu

trailer | disponível: Amazon Prime

A Casa que Jack Construiu, dirigido por Lars von Trier, é uma obra perturbadora que mergulha na mente de um serial killer de forma intensa e brutal. O filme acompanha Jack, um homem inteligente e meticuloso, enquanto ele narra seus assassinatos ao longo de 12 anos, vendo cada crime como uma forma de arte. Com uma mistura de violência gráfica e filosofia, A Casa que Jack Construiu faz uma crítica profunda à sociedade e à própria natureza humana, questionando os limites entre a moralidade e a arte. Não é um filme para todos, mas para os fãs de cinema provocador, é uma experiência única e impactante.

Invasão Zumbi

trailer | disponível: Netflix

Invasão Zumbi (Train to Busan) é um dos filmes de zumbis mais aclamados dos últimos tempos, combinando ação intensa e uma carga emocional surpreendente. Este sucesso sul-coreano acompanha um grupo de passageiros lutando por suas vidas em um trem de alta velocidade durante um surto de zumbis. O filme se destaca por sua narrativa envolvente e personagens com os quais o público rapidamente se conecta, criando um equilíbrio perfeito entre terror e drama. Além de ser uma crítica social ao egoísmo e às desigualdades, Invasão Zumbi entrega cenas eletrizantes que vão manter qualquer fã de suspense e terror grudado na tela.

Rua Cloverfield, 10

trailer | disponível: Google Play

Rua Cloverfield, 10 é um thriller psicológico que combina mistério e suspense de forma brilhante. A trama segue Michelle, uma jovem que acorda em um bunker subterrâneo após um acidente de carro, com um homem que a convence de que o mundo exterior está devastado por um ataque químico. O filme se destaca por seu enredo claustrofóbico e performances intensas, especialmente de John Goodman, que oferece uma interpretação assustadoramente convincente. Rua Cloverfield, 10 é uma masterclass em tensão e paranoia, explorando a natureza da confiança e a luta pela sobrevivência em um ambiente confinado. Ideal para quem busca um suspense psicológico com um toque de ficção científica.

O Menu

trailer | disponível: Disney+

O Menu é um thriller satírico que faz uma crítica social afiada ao elitismo. A trama acompanha um grupo de clientes que vão a um restaurante exclusivo em uma ilha remota, onde o chef renomado (interpretado brilhantemente por Ralph Fiennes) prepara uma experiência culinária única, mas com um toque macabro. O filme usa o cenário da gastronomia de luxo para explorar temas como o consumo desenfreado, a superficialidade das experiências e o poder da crítica. O Menu é uma crítica social construtiva, pois nos faz refletir sobre o valor que damos às aparências e o custo emocional de nossas escolhas na busca por status e perfeição.

Upgrade: Atualização

trailer | disponível: Globoplay

Upgrade: Atualização é uma mistura eletrizante de ação e ficção científica que redefine o gênero com uma abordagem inovadora. O filme segue Grey Trace, um homem que, após um ataque brutal que o deixa paralítico, recebe um implante experimental chamado STEM que lhe concede habilidades físicas sobre-humanas. A trama não só entrega sequências de ação de tirar o fôlego, mas também explora questões profundas sobre a tecnologia e a identidade humana. Com um roteiro inteligente e efeitos visuais impressionantes, Upgrade: Atualização é uma experiência cinematográfica que desafia a percepção da tecnologia e suas implicações éticas, garantindo uma aventura emocionante e reflexiva.

Boa Sexta-Feira 13 para todos

Moda dos anos 90 e 2000: Inspiração para um estilo pessoal autêntico

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Nos últimos tempos, tenho buscado muita inspiração na moda das décadas de 1990 e 2000. Acredito que esse período trouxe uma abordagem mais ousada e cheia de personalidade para a moda, com cada marca, editorial, modelo, fotógrafo e designer expressando um estilo único. Com a popularização dos looks na internet, sinto que isso se perdeu bastante, especialmente depois das redes sociais Instagram e Tik Tok. Hoje em dia, parece que todo mundo se veste de maneira semelhante, e a originalidade está cada vez mais rara.

Foi pensando nisso que me lembrei deste editorial icônico da Claudia Schiffer para a Elle Magazine, de 1994, que se inspirou na Barbie, e decidi compartilhar aqui no blog. Este editorial representa muito do que ajudou a construir o meu estilo pessoal ao longo dos anos. Quero começar a mostrar mais das referências que moldaram meu gosto e que são essenciais para criar uma imagem com personalidade. No meu caso, é sempre sobre originalidade e evitar cópias. Quem acompanha o Got Sin? desde o início sabe que dificilmente abro mão de alguns elementos-chave do meu estilo, como os olhos pretos bem marcados.

Eu sou o oposto da tendência “clean girl“, e essas fotos ilustram perfeitamente como fui incorporando referências únicas para desenvolver meu estilo próprio. Smokey eyes na Barbie usando Versace? Isso é totalmente eu!

Agora, faço um desafio a vocês: busquem elementos que definam o seu estilo pessoal, aquelas peças ou detalhes dos quais você não abre mão, mesmo quando as tendências apontam na direção oposta. Essas “teimosias” são, na verdade, a essência do seu estilo autêntico e fazem parte de quem você é. Chega de seguir padrões pré-estabelecidos – vamos criar os nossos próprios. Esse é o propósito pelo qual luto há 15 anos aqui no Got Sin?: defender a liberdade de ser quem você realmente é.

Os anos 70 e o retrô offline da Versace

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Donatella Versace e eu parecemos estar em sintonia fashion sem nem perceber. Recentemente, escrevi um post relembrando minhas inspirações de estilo ao longo dos anos, e mostrei um editorial de 1994 que marcou minha trajetória. Curiosamente, Donatella seguiu um caminho semelhante ao criar a coleção de Primavera 2025 da Versace, buscando inspiração em uma época que também a influenciou: a coleção de Primavera de 1997 da Versus, sua marca “caçula” da Versace na época.

Donatella compartilhou que essa nova coleção foi inspirada por um desejo de revisitar tempos mais simples e felizes, quando tudo ainda era offline. Segundo ela, naquela época, as pessoas vestiam suas roupas de maneira mais autêntica, sem a pressão da perfeição, criando estilos pessoais únicos. Ela também mencionou as mudanças nos desfiles de moda: enquanto antigamente as passarelas eram elevadas e cercadas por fotógrafos, hoje em dia as primeiras filas estão lotadas de celebridades e influenciadores.

A nova coleção Primavera 2025 da Versace é uma versão atualizada da antiga, com fortes referências aos anos 70. As cores predominantes incluem marrom, amarelo cítrico, azul acinzentado, verde pastel e lilás. Os tecidos e estampas também remetem à década, com padrões em zigue-zague arredondados e florais no estilo “flower power“. Muita camurça, seda esvoaçante, jeans e malhas compõem as peças.

Entre os destaques da coleção, um vestido dourado de malha, totalmente confeccionado em impressora 3D e sem nenhuma costura, usado por Anok Yai, chamou bastante atenção. É o meu favorito.

Seria esta a nova versão da invenção clássica do tecido de malha metálica do Gianni Versace?

A camisa polo bem justinha, no estilo “baby look“, típico da virada do século, voltou à moda exatamente do jeito que eu adoro, e já usei recentemente.

Minhas peças favoritas incluem uma camisa azul combinada com shorts de couro marrom, além dos vestidos ajustados e o mix ousado de cores e estampas, que promete ser tendência forte nas próximas temporadas. Esse uso criativo de cores, sobreposições e mix inusitado de peças também apareceu em várias outras coleções durante a Semana de Moda de Milão. Confira abaixo algumas peças que selecionei que mais me chamaram a atenção.

Para fechar com chave de ouro, o Channing Tatum por motivos de Channing Tatum. ♡

Assista ao desfile completo da primavera Versace 2025 na Milão Fashion Week:

Assista ao Victoria’s Secret Fashion Show 2025

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Estou muito feliz com a notícia de que o Victoria’s Secret Fashion Show voltou ao seu estilo original com todas as Angels que amamos: Adriana Lima, Candice Swanepoel, Tyra Banks e muito mais.

Para quem não sabe, o blog Got Sin? sempre fez a cobertura COMPLETA com todos os looks desfilados e era uma referência por isso. Eu sou muito fã e sempre me inspirei muito no estilo das Angels na minha vida – até por isso que participei do Lingerie Day e tudo mais.

Sei que houve muitas problemáticas acerca do desfile, especialmente nos bastidores, mas confesso que a magia lúdica que era entregue nas passarelas sempre me trouxe muita alegria.

Hoje, às 20h, terá a transmissão ao vivo pelo Amazon Prime ou canais oficiais da marca no Youtube e Tik Tok. Deixarei aqui os links da cobertura que fiz ao longo dos anos.

VICTORIA’S SECRET FASHION SHOW:
2009
2010
2011
2012
2013
2015
2017


Afro Fashion Day – a verdadeira moda brasileira

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Olá, caros leitores do “Got Sin?”! Como vocês poderiam imaginar um blog de origem gaúcha com público majoritário no eixo “sudeste-sul” trazer, como testemunha OCULAR, detalhes exclusivos de um dos maiores eventos de moda do nordeste senão pelos olhos da própria fundadora Sylvia Santini? Simples! Aqui quem vos fala é Julia Nazaly, serei sua orgulhosa correspondente direta de Salvador, Bahia; e vou trazer informações e conteúdos únicos sobre o AFRO FASHION DAY, um dos pontos auge do que podemos chamar de “calendário de moda soteropolitano”.

O evento é conhecido como “a maior passarela de moda negra do Brasil”, mas, para mim, ele representa MUITO mais que isso. Para mim, o AFRO FASHION DAY simboliza o que há de mais representativo e honesto quando se fala em moda autoral brasileira. Não consigo olhar para esse evento como um todo e para as roupas e acessórios desenvolvidos para tal sem o sentimento de que ele é a definição essencial do que deveria se tratar o “viralizado” BRAZILCORE (estética do Brasil, em tradução literal). Infinitamente mais simbólico que um vestuário aleatório em verde e amarelo, o AFD esbanja arte, cultura e história brasileira em sua essência rica em técnicas que, infelizmente, muitas vezes são desvalorizadas tanto quando vistas do ponto “têxtil” quanto por se tratar de moda nascida em berço essencialmente africano e indígena (ainda que esta seja a origem do Brasil enquanto nação e povo).

Nascido em 2015, o AFRO FASHION DAY surgiu, principalmente, de uma inquietação sobre algumas coisas que não faziam muito sentido quando o assunto era produção e eventos de moda na Bahia: “Como pode pouquíssimos modelos negros na passarela em uma cidade que é a mais negra fora do continente africano?”, “Que moda é essa que não inclui os próprios criadores da cidade e do estado?”, “Moda baiana sem presença periférica? Isso tá muito elitizado” dentre outras. Daí surge o projeto que inicialmente contou com pouco ou nenhum apoio e visibilidade, mas que, com muito amor, trabalho e de fato suor de sua equipe, evoluiu aos poucos e chegou à sua 10ª edição, que foi considerada histórica e que o solidificou e o elevou a um novo patamar.

Conheci o projeto em sua segunda edição, lá em 2016, e desde então sou apaixonada por ele. Só para situá-lo, caro leitor, sou uma pessoa de pele clara que mesmo que de origem suburbana, reconheço que tive acesso a oportunidades que muitos dali não tiveram e não sofri os preconceitos que a maioria deles sofreu. E por que digo isso? Para além do recorte racial desse evento, ele também conta com uma diversidade absurda entre seus participantes, desde equipe de produção a modelos: Pessoas LGBTQIA+, Plus Size (gordos e gordas), PCDs (Pessoas com Deficiência), imigrantes e esse ano teve até modelo vencendo o câncer de mama. Como eu, enquanto amante e formada em comunicação e cultura, poderia não me encantar pelo AFRO FASHION DAY se ele representa, para além de arte e história, toda a diversidade que não deveríamos apenas aceitar, mas de fato respeitar e abraçar cumprindo assim o que nos define enquanto seres HUMANOS?

No último dia 1º de novembro, tive a oportunidade de ser a Criadora de Conteúdo de Beleza Exclusiva do evento e trouxe vários conteúdos focados nesse nicho que você pode encontrar organizados no destaque “AFD 2024” em meu perfil do Instagram e também em meu TikTok. Agora, a convite da Sylvia, trarei uma série de conteúdos de moda para este espaço focado no assunto e que vê essa arte como uma ferramenta política para se fazer revolução e mudar o mundo. Neste mundo com inclinações cada vez mais higienizadoras e “padronizantes”, eu e Sylvia sentimos orgulho em sempre defender que a personalidade e a livre expressão dela devem estar acima de qualquer tendência, ainda mais quando essas tendências parecem exercer um trabalho de empreiteira “concretando” a moda (fazendo com que pessoas em diferentes lugares do planeta se vistam iguais) e a arquitetura (onde as casas deixaram de parecer habitadas por pessoas com histórias de vida e agora se assemelham a consultórios odontológicos). Prepare-se para se encantar com as roupas e acessórios que vão desde a elegância tipicamente brasileira à moda streetwear periférica e conhecer as origens histórico-culturais por trás das peças.

O AFRO FASHION DAY é realizado pelo jornal Correio e nesse ano de 2024 teve patrocínio da Avon e da Bracell, além do apoio da Rede Bahia, Caixa, Shopping Barra, Salvador Bahia Airport, Wilson Sons, Sebrae e Prefeitura Municipal de Salvador. Enquanto aguarda os posts, assista ao desfile completo já disponível no Youtube!

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JULIA NAZALY
Baiana de Salvador. Criadora de conteúdo digital focada em autoestima, beleza consciente e saúde.

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Afro Fashion Day – Bloco 1 – Percussão Ancestral

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Olá, leitores “Got Sin?”! Cá estou mais uma vez, conforme prometido, trazendo para vocês uma série de conteúdos de moda sobre o Afro Fashion Day 2024. Para aqueles que ainda não me conhecem… sou Julia Nazaly, sua orgulhosa correspondente direta de Salvador, Bahia. Se você perdeu o primeiro conteúdo especial sobre o AFD deste ano e sua importância para o cenário da moda e para mim; vai lá rapidinho clicando aqui e volta pra gente continuar o nosso papo, ok?

Como eu estava dizendo, depois do evento (que ocorreu no último dia 01 de novembro), tive a oportunidade de conversar com alguns dos criadores que apresentaram seus trabalhos nessa edição e essa foi uma oportunidade maravilhosa de entender um pouco mais sobre seus processos criativos desse ano e também me inspirar com a trajetória de suas marcas e com suas próprias histórias de vida. Agora, com exclusividade, trago para vocês uma série de informações minuciosas sobre as referências e inspirações presentes nos looks dessa edição comemorativa de 10 anos de evento.

Hoje falarei mais sobre o primeiro bloco do desfile desse ano, que teve como tema a MÚSICA e que foi nomeado de “PERCUSSÃO ANCESTRAL”. O bloco foi inspirado nos ritos das religiões afro-brasileiras, um dos maiores símbolos de ancestralidade do povo preto, e que está altamente ligada à música através do toque de tambores e atabaques, instrumentos usados para evocar as divindades dessas religiões. Este bloco teve como cor predominante o branco, que também mantêm forte relação com a fé e a sabedoria ancestral. A ordem do meu conteúdo segue a mesma ordem da passarela. Espero que gostem e em breve trago para vocês o bloco 2. Até lá!


Orí Lewa / Alex Milanny

Alex Milanny, responsável pela marca, já participa há 8 anos do AFD com sua outra marca (a Abanto, de moda casual masculina e agênero). Este ano, a sua marca de roupas e adereços afro religiososOrí Lewa” participou pela primeira vez já abrindo o desfile, o que foi muito impactante. Alex já produz roupas de Axé há 20 anos de forma paralela a outros projetos, mas apenas recentemente a Orí Lewa surge enquanto marca e com este nome; sendo a primeira marca de Axé a desfilar no AFD e cumprindo seu papel altamente representativo no Bloco Ancestral. Segundo a modelo Norilde (natural da Guiné-Bissau), em seu país, roupas como essas são normalmente usadas por mulheres de maior idade e sábias, e também noivas de algumas etnias. Para o criador, a roupa simbolizou também sua relação com a , já que o mesmo é iniciado de Oxalá, que tem na cor branca uma de suas maiores representações.

A roupa é toda feita em passamanaria, entremeio e cordão sarjado. Esses materiais foram costurados horizontalmente faixa por faixa formando “um único tecido” para depois ser realizado o corte e costura. Todo esse processo minucioso e longo de criação e produção é feito pelo próprio Alex, que me revelou que o projeto inicial era de que o look seria feito em barafunda, técnica feita à mão e símbolo de resistência (vale a pena pesquisar), mas que demanda muito mais tempo de produção, tornando a técnica inviável neste momento.

Soudam / Ismael Soudam

Na minha percepção, os looks foram super modernos e essa foi a mesma sensação que tive ao observar a vitrine da loja física da marca pela primeira vez. Atual, moderna, com um quê até mesmo “futurista”, mas sem perder a raiz ancestral. Ismael Soudam está presente desde o primeiro ano do evento e é um criador que conseguiu fazer o que muitos criadores almejam: desenvolver a Identidade da Marca, o tal do DNA, de forma que a torne facilmente identificável, mas ainda assim sem cair em clichês. Ismael usa tecidos, cores, texturas e modelagens variadas em suas criações, mas que ainda assim carregam similaridade entre si, o que remete à marca.

A Soudam apresentou looks totalmente brancos desenvolvidos majoritariamente em algodão e linho, mas com comprimentos e texturas variadas que saíam da monotonia: comprimento tipo cropped com pantalona de cintura alta, sobretudo com bolsos tipo cargo, botões metálicos, e até mesmo lantejoulas (também presentes em muitas outras peças da marca) que revelam toda sua modernidade. Porém, o grande destaque visual foi para os detalhes de tecelagem de algodão rústico feitos à mão (que lembravam lã e outros materiais de origem animal usados por povos originários), que trouxeram a ancestralidade de uma forma diferenciada. Junto a isso, a produção usou acessórios com conchas e presas de animais elevando esse sentimento ancestral, mas de uma forma muito moderna (e até mesmo futurista) por tê-los utilizados em colares e uma jóia facial/headpiece, tendência presente em passarelas recentes.

Incid / Cid Brito

Ao entrar na passarela, os looks automaticamente transmitiram muito frescor, tanto por terem sido desenvolvidos em materiais que comunicam essa sensação, quanto por comporem uma contraposição perfeita com os looks que entraram antes deles (os de Ismael Soudam que contavam com um sobretudo pesado e um bolero volumoso). Mesmo sendo compostos por um macacão masculino e uma calça com sobretudo no look feminino, essas peças foram confeccionadas em tecidos leves, fluidos e vazados, muitos com trama bordada. Além disso, o look feminino também conta com um cropped com decote em “V”, dando ainda mais liberdade à composição. Para Cid Brito, criador da marca, participante há 9 anos do AFD e também iniciado de Oxalá, a trama rendada é pensada diretamente nas roupas utilizadas pelas pessoas que freqüentam as religiões de matriz africana, lembrando os bordados do tipo Richelieu. Um ponto importante sobre a Incid é que a marca já existe há 25 anos, é referência em figurinos para artistas do cenário baiano e o nome do seu criador se fortaleceu tanto nesse período que agora se encontra em processo de transição para que o estilista passe a assinar todas as criações com o seu próprio nome.

O desejo de passar leveza e frescor foi o ponto de partida do desenvolvimento das peças já que o evento acontece no mês de novembro, que mesmo pertencente à estação da primavera, já tem a cara do verão. Além disso, a marca possui uma vertente bem comercial e pouco conceitual, daí os looks desenvolvidos se apresentam como uma opção ou ao menos inspiração para momentos como Réveillon, festas populares e Carnaval, que muito movimentam o turismo e a economia da cidade nesse período. O macacão e o sobretudo foram feitos com um tecido em trama bordada e a calça feminina com um tipo de tecido com transparência que mescla fibras naturais e sintéticas. Normalmente este tecido não é utilizado em vestuário e sim em decoração; porém, trabalhado de forma intuitiva e experimental, alcançou um resultado muito satisfatório transmitindo a leveza desejada.

Ateliê Casalinda / Kivia Souza

Ao primeiro olhar no backstage, fiquei completamente encantada pela feminilidade e pelos detalhes das peças, em especial por ser o tipo de detalhe que você precisa estar perto da peça para admirar ainda mais. Jornalista por formação e atuação, Kivia Souza sempre sonhou, desde criança, em trabalhar com moda e começou produzindo acessórios, bolsas e outros artigos do gênero; passando a se desenvolver enquanto marca de vestuário um pouco mais adiante depois de ter a oportunidade de fazer um curso de modelagem do vestuário no Senai. Kivia participa do AFD desde a segunda edição e encontrou nesse espaço um “estimulador do seu próprio processo criativo”. Os anseios iniciais de Kivia para essa marca que estava surgindo eram completamente diferentes do que ela veio a se tornar, e o AFD acabou sendo um lugar em que ela foi desafiada e aos poucos encontrou o que sentia, no coração, que a marca deveria se tornar de fato; e acabou por formar a sua identidade: baiana, litorânea e muito inspirada por balneários e resorts. Além disso, Kivia não tem visão de “vender em larga escala”, mas de desenvolver coleções cápsulas exclusivas com roupas especiais para momentos especiais, independente de posição social. “Que seja aquela roupa especial para a menina preta que não tem acessos viver o seu momento especial”, reforça.

O primeiro vestido chamou o meu olhar de uma forma muito forte pela posição e riqueza de detalhes da flor no colo direito e pelo efeito bufante da manga que ainda contava com miçangas de madeira na extremidade, detalhe esse que representa máxima atenção da estilista já que mesmo que não estivesse ali, a peça já estaria incrível. Ele foi confeccionado em cassa bordada e entremeio de algodão (material esse advindo do Banco de Tecidos que visa dar um novo destino a sobras têxteis que seriam descartados por empresas maiores). A flor (inspirada em um lírio) foi desenvolvida a partir de um experimento num trabalhoso processo de engomar (técnica de raízes ancestrais que usa tapioca, maisena ou cola para dar firmeza ou moldar o tecido) usando uma bacia como molde para que as flores tivessem um formato mais orgânico e não plano. O esboço do vestido não contava com a flor, mas esse processo experimental gerou um resultado tão significativo que o item foi adicionado. O segundo modelo foi desenvolvido com 2 tipos de tecido (uma tela de algodão e outro normalmente destinado à decoração), mesclando estética rústica, transparência e movimento.

Katuka Africanidades / Renato Carneiro

Definitivamente as criações da Katuka Africanidades fecharam com chave de ouro o bloco Ancestral do AFD cumprindo um papel de enorme representatividade, resistência e força, tanto pelas peças em si, quanto por elas terem sido apresentadas ao público através de dois modelos imigrantes africanos (advindos da Guiné-Bissau) de pele retinta. É denominada como retinta as peles mais escuras no espectro de tons de pele negra e que infelizmente mais sofrem preconceito tanto perante toda a sociedade quanto, muitas vezes, entre as próprias pessoas de pele negra.  A essa forma de preconceito foi designado o termo “colorismo” e está ligada ao processo de embranquecimento no país, onde tons de pele negra acabam por sofrer preconceito racial de formas menos ou mais intensas. Renato Carneiro, estilista da Katuka, participa do AFD desde a primeira edição e explica que a marca foi pensada não para ser um lugar estritamente comercial, mas para criar reconexões do povo preto com suas heranças ligadas ao continente africano, unindo moda, literatura e arte: para além dos artigos de vestuário, a loja também dispõe de livros de escritores baianos e negros, acessórios de origem indígena e ribeirinha, e esculturas importadas do continente africano.

Renato afirma que tem uma profunda admiração pelos processos de produção têxtil de diferentes regiões da África e tenta sempre criar algo que se assemelhe de alguma forma com essa produção, muitas vezes fazendo aproveitamento de tecidos criando uma “nova peça têxtil”. Nos looks, algumas peças se assemelham a peças de alfaiataria com modelagem, caimento e acabamentos bem definidos e detalhados, enquanto outras peças são feitas de tiras de linho branco que foram cortadas para serem novamente costuradas, o que gera uma conexão com a própria história do povo preto que foi interrompida e esfacelada pela escravidão e que agora busca se reconstruir entre si e perante a sociedade. “Tem essa ideia do desconstruir para construir novamente, pra emendar, pra deixar rasura. Tem o acabamento, mas a gente não esconde os fios que sobram porque em algum momento a gente quer que eles sejam aparentes… são as marcas do que ficou no meio do caminho”, afirma Renato, que me faz ficar emocionada e arrepiada. Renato também buscou homenagear, de uma forma não literal, as vestimentas usadas no tradicional culto de Baba Egun (tradicional na Bahia) que são sempre confeccionadas em tiras, franjas, com sobreposição de tecidos e repletas de espelhos (daí os grandes paetês presentes em ambos os looks).


AFRO FASHION DAY é realizado pelo jornal Correio e nesse ano de 2024 teve patrocínio da Avon e da Bracell, além do apoio da Rede Bahia, Caixa, Shopping Barra, Salvador Bahia Airport, Wilson Sons, Sebrae e Prefeitura Municipal de Salvador. Para ver mais detalhes dos looks, assista ao desfile completo disponível no Youtube!

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Baiana de Salvador. Criadora de conteúdo digital focada em autoestima, beleza consciente e saúde.

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Afro Fashion Day – Bloco 2 – Percussão Festiva

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Olá, leitores “Got Sin?”! Hoje trago para vocês mais um dos conteúdos exclusivos de moda sobre o Afro Fashion Day 2024. Aqui quem fala é Julia Nazaly, a orgulhosa correspondente de Salvador, Bahia e dessa vez trago o conteúdo sobre mais um dos blocos do desfile: o Bloco 2 – Percussão Festiva. Se você perdeu os outros conteúdos, clica aqui para entender um pouquinho mais o que é o AFD e sua importância para o cenário da moda, e aqui para conferir o conteúdo sobre o Bloco 1 – Percussão Ancestral. Não esquece de voltar aqui, tá?

Hoje falarei mais sobre o segundo bloco do desfile desse ano, que teve como tema a MÚSICA e que foi nomeado de “PERCUSSÃO FESTIVA”. O bloco foi inspirado nos grupos afro percussivos de Salvador como o Olodum e a banda Didá; que, ao tocar de seus tambores, provocam arrepios no público e tudo se transforma em uma grande festa. Repleto das cores vermelho, amarelo, verde e preto, o bloco transmite toda a celebração da arte, cultura e representatividade transmitidas por esses grupos musicais. A ordem do meu conteúdo segue a mesma ordem da passarela. Espero que gostem e logo em breve chega por aqui o conteúdo do bloco 3. Até mais!


Kriaçã1 / Amanda Leite

Sem sombra de dúvidas a marca foi responsável pelos looks mais “diferentões” da passarela, fazendo com que a Kriaçã1 tenha sido considerada por muitos a mais conceitual do AFD desse ano. Dona de uma mente hiper criativa, Amanda Leite, criadora da marca, gosta muito de usar sinestesia (mistura de sensações e referências aos 5 sentidos – visão, audição, tato, paladar e olfato) e memórias afetivas para desenvolver suas criações. “Eu aproveito o Afro Fashion Day e outros momentos grandes assim para mostrar esse lado mais artístico que eu acho que abraça o que eu queria passar com a Kriaçã1, que é de tudo um pouco, porque ali eu falo de moda, eu falo de arte, eu falo de conceito… porque eu acredito que a arte num todo é ‘50%/50%’. 50% da gente que produz e 50% do ‘outro’, que vem contribuindo com a sua visão de mundo. A arte nunca tá 100% concluída, a visão do ‘outro’ também agrega àquilo…”, explica a artista. Como uma pessoa multi artística, Amanda diz que, dentre os planos para o futuro da marca, ela busca “equilibrar” seu processo criativo, possibilitando que toda essa criatividade também possa levar ao desenvolvimento de coleções voltadas para o comercial, mas que sejam do jeito que ela espera para a marca.

O look apresentado no bloco Percussão Festiva fez referência ao gênero musical Samba Reggae e as bandas, grupos e blocos desse gênero. Além disso, Amanda buscou fazer uma homenagem aos integrantes da banda Olodum e em especial à figura de Bira Jackson, percussionista do grupo, que se inspirou em Michael Jackson para criar seu nome artístico e sempre usa vestimentas com essa espécie de “gorro/capuz” que cobre a cabeça e pescoço. A peça foi batizada de “Samba Reggae: Arrepio da Cabeça aos Pés” e teve como pilar inspirador a frase “Quando eu ouço o Olodum eu sinto um ‘negoço’ (sic)… olha só como eu fico arrepiado… assim… do nada!”, comumente dita pelo público frequentador dos eventos da banda. A peça busca fazer referência à própria pele, por isso o tecido utilizado fez parecer que a modelo estava vestida apenas com uma espécie de tule preto, mas existia um outro tecido nude no tom da modelo e que funcionava como uma “segunda pele”. Além dessa inspiração inicial, Amanda também fez referência à corrente sanguínea (representada pelas cordas vermelhas que seriam o sangue em si e amarelas que faziam referência à nobreza e ao ouro) e à “materialização” do arrepio ilustrado por meio das miçangas e presilhas douradas em formato de alfinetes de segurança que estavam presente na vestimenta, “da cabeça aos pés”. O toque final de inspiração no look foi a banda feminina afro percussiva Didá. Filha de arquiteta, Amanda Leite complementa a entrevista dizendo que muitas das suas memórias de infância foram formadas no Pelourinho, onde ela sempre via esses músicos ensaiarem e; fazer parte disso, ainda que de forma indireta, fez com que esse sentimento ficasse muito “latente” em suas memórias afetivas, então ela sentiu que esse ano foi uma oportunidade de revisitar esse “lugar” dessa “criança interior”.

Negrif / Madalena Silva

Referência em estampas étnicas e presente desde a primeira edição, Madalena Silva (apelidada carinhosamente de Madá Negrif), já possuía uma Identidade de Marca bem desenvolvida pela experiência de mais de 10 anos de carreira na moda e quase 4 anos de sua loja física antes mesmo dessa primeira participação no AFD. Hoje somam-se 13 anos de loja e mais de 20 anos de experiência na moda, mostrando que o AFD é para todos: desde as marcas consolidadas até os novos criadores da moda baiana. Na entrevista, a estilista me contou que a proposta inicial era de apresentar 2 looks, mas uma das produções não tinha ficado exatamente como havia planejado. Perfeccionista, ela acabou por desenvolver mais um look na intenção de efetuar a troca… porém, a equipe AFD gostou bastante de todas as três produções e optou por incluir todas elas. “A estrutura desse ano realmente foi merecedora desses 10 anos de evento. Esse ano inclusive teve o diferencial da gente (os estilistas) subir no palco já que sempre ficamos em baixo (na platéia)”, completa a criadora.

Este ano Madá se inspirou nas cores (verde, amarelo, vermelho e preto) e nos tambores do bloco afro Olodum para desenvolver suas peças. “Se você olha os tambores do Olodum, ele tem as camadas… então por isso que eu pensei nos babados para a calça, para a blusa…” diz a estilista ao esclarecer a escolha de produzir os três looks com muitas camadas e volume, alegando também que esses babados colaboravam para um look de alto impacto visual na passarela. Além disso, o ritmo musical reggae e suas cores também foram um ponto de partida de seu trabalho nesta edição. Um elemento adicionado pelo styling em um dos looks me chamou bastante atenção: um turbante amarelo vibrante que me fez lembrar automaticamente dos turbantes usados pelas mulheres do bloco afro Ylê Aiyê (o primeiro bloco afro do Brasil, que completou 50 anos de história em 2024).

Sillas Filgueira

Sillas participa do AFD há 4 anos com a sua marca Sillas Filgueira, mas possui uma história mais longa na moda pela sua experiência enquanto estilista em outras marcas do cenário. Além de ter a própria marca, Sillas ainda desenvolve para mais 5 marcas e produz os figurinos de balé de uma banda de Salvador. “O ponto de partida do meu trabalho é sempre fazer uma moda bonita, divertida, com essência… mas que seja totalmente comercial. Você vê que é uma roupa que você vai chegar num lugar e não vai ver ninguém vestido com aquilo, só você. Tem conceito, tem design, mas ela foi pensada para virar negócio”, afirma Sillas. Essa visão mercadológica não está pautada exclusivamente no lucro, mas sim numa forma de resistência: Sillas explica que sua marca é responsável por gerar renda em sua comunidade, empregando costureiras que ficaram desempregadas na pandemia e movimentando motoboys que trabalham no transporte dos materiais para a confecção e das peças já prontas. Questionada sobre como dá conta de tantas demandas de trabalho, Sillas afirma que às vezes não consegue contabilizar quantas funções exerce, “tudo isso sendo uma mulher preta, trans, da periferia e que vive apenas um sonho… acreditou e foi construindo degrau por degrau… ‘já temos o não… então vamos atrás do sim’ ”, completa a estilista. Sillas também afirma que, dentre outras qualidades, vê o AFD como um evento muito generoso por fazer seletivas de modelos em bairros populares colaborando para o destaque nacional e internacional de novos talentos que talvez nunca tivessem essa oportunidade de mudar de vida se não fosse o AFD.

A estilista conta que sempre se inspira muito na moda das décadas de 50, 60 e 70 para elaborar suas peças. Este ano ela apresentou dois looks com as cores propostas para este segundo bloco do desfile e que também remetem a orixás: um vestido vermelho (que remete a Iansã) longo que me lembrou muito alguns modelos usados pelas divas da Disco Music nos anos 70 como Donna Summer e Diana Ross, e um conjunto amarelo (que remete a Oshun) formado por saia e blusa que foram usados juntos dando a impressão de se tratar de um vestido, que lembra alguns modelos anos 50 e 60: “Eu gosto muito quando você faz uma compra assertiva e inteligente com duas peças que te permitem fazer outras combinações… você pode usar a blusa amarela com um jeans e a saia amarela com uma blusa branca, por exemplo”, explica. “Para essa edição de tema Música, eu queria fazer uma roupa que tivesse um movimento, por isso que eu utilizei aquela estrutura com os babados que quando a modelo andou, parecia que estava flutuando em cima dela… pra lembrar movimento, balanço, a dança, Carnaval, Olodum”.


AFRO FASHION DAY é realizado pelo jornal Correio e nesse ano de 2024 teve patrocínio da Avon e da Bracell, além do apoio da Rede Bahia, Caixa, Shopping Barra, Salvador Bahia Airport, Wilson Sons, Sebrae e Prefeitura Municipal de Salvador. Para ver mais detalhes dos looks, assista ao desfile completo disponível no Youtube!

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Baiana de Salvador. Criadora de conteúdo digital focada em autoestima, beleza consciente e saúde.

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Afro Fashion Day – Bloco 3 – Percussão Contemporânea

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Olá, leitores “Got Sin?”! Agora trago para vocês o último dos conteúdos exclusivos de moda sobre o Afro Fashion Day 2024; o Bloco 3 – Percussão Contemporânea. Aqui quem fala é Julia Nazaly, a orgulhosa correspondente de Salvador, Bahia; e gostaria de agradecer por ter você como espectador dos conteúdos que eu trouxe sobre esse evento tão significativo para a moda brasileira, em especial para o cenário da Bahia. Se você perdeu os outros conteúdos, clica aqui para entender um pouquinho mais o que é o AFD e sua importância para o cenário da moda, aqui para conferir o conteúdo sobre o Bloco 1 – Percussão Ancestral e aqui para acessar o conteúdo sobre o Bloco 2 – Percussão Festiva. Vou ficar aqui esperando você voltar, tá?

Agora falarei mais sobre o terceiro e último bloco do desfile desse ano, que teve como tema a MÚSICA e que foi nomeado de “PERCUSSÃO CONTEMPORÂNEA”. O bloco buscou prestar uma homenagem à figura do músico baiano Carlinhos Brown, vanguardista em tudo que se propõe fazer. Responsável por criar a banda Timbalada, uma orquestra de timbaus, muito provavelmente ele nem imaginava o quanto essa sonoridade iria inspirar tantos outros artistas e grupos que viriam a surgir depois. Além disso, o músico também é muito conhecido por se utilizar da moda como ferramenta política para passar mensagens que vão além do seu som, utilizando peças inusitadas com frequência. A ordem do meu conteúdo segue a mesma ordem da passarela. Espero que gostem e obrigada por acompanharem!


Abanto / Alex Milanny

A Abanto é uma das marcas do Alex Milanny (criador da Orí Lewa, a primeira marca que apresentei lá no conteúdo do bloco Percussão Ancestral), que participa do Afro Fashion Day há 8 anos. A Abanto é uma marca de moda masculina e agênero que visa realçar a beleza e autoestima da população negra através do orgulho étnico e possui forte influência no estilo boho com muita leveza, fluidez e elementos naturais, mas unindo o tradicional e o contemporâneo; e o cultural e o urbano.

Os dois looks apresentados na edição deste ano do AFD vieram de uma micro coleção batizada de “Ritmos da Bahia” e se inspirou na energia pulsante dos tambores e das tradições afro-brasileiras. Os tecidos leves, as modelagens fluidas e os detalhes gráficos buscam explorar e transmitir a conexão entre corpo e som remetendo ao balanço dos batuques e homenageando os instrumentos percussivos. Alex Milanny, estilista da marca, buscou transformar a riqueza sonora em arte vestível, gerando um convite a vivenciar esse pulsar da música na Bahia.

Olorum / Lu Samarato

A marca carrega consigo uma identidade muito forte de moda urbana beeeem streetwear, com modelagens amplas, camadas sobrepostas, maxibolsos tipo cargo, muitas fivelas, mosquetões, faixas de nylon dentre outros. Seu estilista, Lu Samarato, participa do AFD há 8 anos e nos primeiros anos assinava suas criações apenas com o próprio nome já que as mesmas seguiam uma outra proposta. Depois desses anos de experiência, Lu entendeu que seu público era majoritariamente masculino e cria a Olorum em 2020, buscando desenvolver algo que ele sentia estar em falta no mercado baiano: uma moda com uma pegada urbana bem forte e expressiva nas características streetwear, focada nessa estética e que dialogasse com o afro de uma forma diferenciada (utilizando estampas étnicas dessa forma mais urbana e contemporânea, por exemplo). Com esse momento “divisor de águas”, Lu Samarato já participa do AFD 2021 com a sua nova marca Olorum. Ainda que visivelmente apaixonado pelo que fez e pela trajetória percorrida, Lu Samarato desabafa: “É difícil fazer moda e principalmente moda afro em Salvador, quando você quer ser o estilista que detém o poder sobre algo tão segmentado. O mercado infelizmente ainda limita as possibilidades, tanto que a gente só tem 1 grande evento de moda preta que é o AFD, então ficamos esperando o novembro pra ter esse momento de celebração e exaltação daquilo que a gente faz. Mas como eu disse, são 8 anos de participação no evento e eu cresci junto com ele… foi estando dentro do evento que eu consegui vislumbrar a possibilidade de criar uma outra marca dentro daquilo que eu já fazia e estar junto com outros criadores enriquece o meu próprio processo criativo e me impulsiona a querer fazer mais. Existem todas as dificuldades, só que a nossa vontade e o amor pelo que a gente faz são maiores do qualquer outra coisa. Tem que amar muito o que faz pra poder passar por isso”.

Ao primeiro olhar, a estampa presente no look faz parecer que se trata de uma homenagem à banda baiana Timbalada, conhecida por adotar uma estética mais do preto e branco. Porém, observando de forma mais minuciosa e ouvindo o próprio criador, percebe-se que a homenageada da vez foi a banda BaianaSystem (que inclusive é, na minha opinião, umas das melhores coisas da cultura baiana há pelo menos 10 anos), que é uma banda muito à frente do seu tempo e revolucionária. Ainda que mescle elementos que vêm de antepassados, eles trazem como novidade com uma nova roupagem, de uma forma moderna: “É o ancestral que serve como uma inspiração para o futuro… um presente vivo”, declara o estilista. Essa escolha da BaianaSystem faz um paralelo perfeito com os processos criativos da Olorum, tornando essa homenagem ainda mais coerente e significativa. Em seu processo criativo para essa edição, Lu se inspirou nas máscaras utilizadas pela banda, na estética preta e branca adotada por ela e na “amplificação do som” que a banda promove ilustrada pelas peças amplas, porém, o “pulo do gato” do look veio a partir da vontade de homenagear outros artistas baianos, dessa vez uma cantora também considerada à frente do seu tempo na época em que se lançou: Gal Costa e a música Vaca Profana (composta por Caetano Veloso), daí a estampa de “vaquinha” presente nos looks, uma homenagem nem um pouco óbvia. “Eu, enquanto artista, entendo que enquanto detenho a obra em minhas mãos eu também sou detentor de toda a ideia e performance dela, só que quando eu apresento ela para o mundo o interessante é que cada um tenha a leitura sobre aquilo que está vendo. Eu crio pensando em algo, só que quando eu levo ela (a roupa) pro mundo, cada um vai olhar aquilo e vai dar a leitura que entende sobre aquilo. Acho que isso é que é interessante”, finaliza o criador.

Nós Macramê / Cássio Caiazzo e Erick Simões

A Nós Macramê foi fundada em 2021 e já nesse primeiro ano de marca foi convidada para participar do Afro Fashion Day, estando presente desde então. Os pontos mais básicos para o macramê são o Nó Quadrado (Nó Duplo/Nó Macramê) e o Nó Festonê, e com esses dois nós básicos a Nós Macramê desenvolve suas peças baseadas em design aplicado na técnica. Na aplicação desses pontos, por hora os criadores optam por usar pontos mais fechados gerando uma trama mais “rígida” e em outros momentos optam por pontos mais abertos criando peças com mais fluidez e maleabilidade, ainda que produzidas com material de milimetragem maior. “Desenvolver modelagem no macramê é algo que a gente vem fazendo de uma forma muito genuína, mas estamos aprendendo através das experimentações. Hoje a gente domina mais, mas não aprendemos a fazer modelagem porque geralmente quem faz macramê, faz um macramê plano, reto, de cima para baixo… ás vezes tentam adequar à moda, mas acaba não tendo modelagem e a gente desenvolve as peças na técnica de moulage através de manequins industriais para que possamos desenvolver essas peças perfeitas para cada corpo”, esclarece Cássio. Com isso, a dupla comenta que seu processo criativo é muito baseado na própria observação e aprimoramento dos próprios trabalhos já realizados, o que é, inclusive, muito percebido na última coleção da marca: a Wazaká. “Se você observar nossa última coleção e o nosso próprio feed do Instagram, pode perceber que somos um grande melhoramento de tudo que já apresentamos ao longo desses 4 anos. Isso se deve também muito ao fato de que não aprendemos macramê com ninguém. Eu (Erick) aprendi na infância com minha avó apenas 1 ponto… e bem mais recente o Cássio começou também a aprender e testar o macramê e desde então a gente vem fazendo as coisas muito no experimental e na raça”, esclarece Erick.

Cássio Caiazzo e Erick Simões, responsáveis pela marca, dizem seguir sempre à risca as determinações da equipe da produção do evento no momento que o tema do ano é revelado. As cores propostas para o bloco Percussão Contemporânea (este do qual eles participaram) foram preto, branco, rosa, laranja e azul. Tendo ciência do quanto a combinação de preto e branco é utilizada na moda, eles optaram por usar essas duas cores como base no look feminino (composto por uma trama mais “fechada e durinha”) e complementar com as outras cores propostas para o bloco depois de estudos de posicionamento de cor e como elas ficariam distribuídas; já para o look masculino, optaram por mesclar todas as cores criando um grafismo interessante numa trama mais aberta, mais folgada. Os criadores revelaram que o material usado para o desenvolvimento dos dois looks é um lançamento da marca ArtePunto, empresa de importação têxtil que passou a trazer para o Brasil o cordão de cetim de 4mm a partir da demanda reconhecida pela própria Nós Macramê, que foi uma das primeiras marcas a receber esse material para compor suas criações. Cássio e Erick explicaram que ao reconhecerem essa demanda e estimular a importação, a ArtePunto (que já era uma forte parceira deles) enviou vários testes desse cordão de variadas milimetragens e cores antes mesmo de fechar o contrato com a empresa estrangeira responsável pela produção deste material; dessa forma, acabaram por testar várias possibilidades com esse material antes de desenvolver as peças que seriam destinadas ao AFD deste ano.

Kriaçã1 / Amanda Leite

Amanda Leite foi uma das criadoras que teve a oportunidade de apresentar seu trabalho em dois blocos neste Afro Fashion Day, ambos com a marca Kriaçã1. A artista apresentou 1 look no Bloco 2 – Percussão Festiva; e mais 2 looks neste Bloco 3 – Percussão Contemporânea. “Essas três roupas se encontram em um momento, na questão do batuque, do tambor, do atabaque. São fontes diferentes mas que se encontram neste mesmo ponto, nessa referência… elas se amarram”, complementa a artista. Amanda sempre sonhou em trabalhar com moda desde a infância, mas conforme os anos passaram, viu-se na necessidade de deixar esse sonho em segundo plano e focar em algo que tivesse mais aceitação da sua família e da própria sociedade, e que proporcionasse mais possibilidades de renda e ascensão social. Formada em Comunicação e Relações Públicas, foi dentro da faculdade que Amanda viu que a moda pode ser justamente essa forma de comunicar através da arte que ela deseja levar para a vida e neste momento ela sente o dom chamando-a novamente para aquilo que sempre sonhou fazer. Emocionada, Amanda menciona o fato de ter buscado referências dentro de sua comunidade e não encontrou; enquanto agora, vê que se tornou, para outras meninas, essa referência que sempre buscou ter.

O primeiro look desenvolvido para o bloco foi inspirado em Ayan/Ayangalu, orixá do ritmo e que segundo a cultura do candomblé, vive dentro dos tambores, daí a importância deste instrumento para as religiões de matriz africana que o utilizam para evocar suas entidades e com isso se conectar com suas origens em seus rituais e cultos. Para compreender esse ponto de partida, a estilista quis ir mais a fundo para entender como essa afro referência funciona, não apenas em Salvador, mas na África em si. Enquanto estava nesse processo de pesquisa para o look, Amanda teve contato com o músico baiano Carlinhos Brown (que era a referência para o outro look da artista neste bloco Percussão Contemporânea) e o próprio músico citou a figura de Ayangalu, o que fez com que Amanda sentisse que era exatamente esse o caminho para a construção desse “tripé” que se tornou sua participação neste AFD. Nessas pesquisas para a criação da peça, Amanda foi no Terreiro do Gantois (terreiro de Candomblé em Salvador tombado nacionalmente pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 2002), onde entendeu mais sobre esse orixá. Como mencionado anteriormente, Amanda utiliza muito a sinestesia em seu processo criativo e com isso buscou passar a sensação das batidas/vibrações da música na roupa através da estampa do vestido. O cesto preto presente nele faz referência à capa de um documentário que explica mais sobre o Ayangalu e que a artista usou em seu processo criativo. A mão presente na ponta de uma echarpe posicionada no pescoço representa o toque necessário para que se chegue a essa finalidade desse tambor… “sem o toque da mão, não existe o som; e a posição desta echarpe no pescoço representa a oportunidade de voz que esse toque proporciona… a oportunidade de você se comunicar”, completa a artista.

O segundo look desenvolvido para o bloco foi batizado de “Ecoar” e prestou uma homenagem à carreira do músico Carlinhos Brown e também fez referência ao lamentável “episódio das garrafas” sofrido pelo artista no Rock In Rio de 2001 que o entristeceu (por motivos óbvios), mas não o paralisou. Amanda revela que cresceu acompanhando o Carlinhos e acredita que ele é uma referência de Afrofuturismo (movimento estético e social que imagina um futuro onde os negros estão presentes e têm protagonismo, questionando o passado e a cultural atual), desde bem antes desse assunto ser discutido e mais popularizado. Amanda também vê no Carlinhos Brown uma referência de artista que está ali fazendo a sua arte com muita autenticidade mesmo com todas as críticas e que vê a comunicação como algo muito maior do que a opinião dos outros. A artista buscou ressignificar o episódio das garrafas do Rock In Rio 2001, estratégia também inspirada pelo próprio Carlinhos Brown que é conhecido por ressignificar episódios, materiais e contextos sociais em suas obras, como por exemplo com a criação de instrumentos musicais com garrafas PET e o próprio acontecimento do Rock In Rio, onde mesmo com as garrafadas Carlinhos optou por dar continuidade ao seu show. Para a confecção desse manto, Amanda usou uma estrutura de acrílico (material esse que seria descartado por uma gráfica) coberta por garrafas PET (advindas da organização de reciclagem Camapet, localizada na Cidade Baixa em Salvador). Amanda finalizou a nossa entrevista agradecendo ao Carlinhos Brown por ter abraçado o processo criativo dela mesmo envolvendo um episódio delicado da carreira dele e também a toda a equipe do Candyall Guetho Square (espaço multicultural de arte, música e história criado em 1996 pelo próprio Carlinhos Brown). 


AFRO FASHION DAY é realizado pelo jornal Correio e nesse ano de 2024 teve patrocínio da Avon e da Bracell, além do apoio da Rede Bahia, Caixa, Shopping Barra, Salvador Bahia Airport, Wilson Sons, Sebrae e Prefeitura Municipal de Salvador. Para ver mais detalhes dos looks, assista ao desfile completo disponível no Youtube!

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JULIA NAZALY
Baiana de Salvador. Criadora de conteúdo digital focada em autoestima, beleza consciente e saúde.

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